É um sistema que promete revolucionar o mercado da construção civil. Um grupo de investigadores do Instituto de Engenharia do Porto (ISEP) desenvolveu um sistema inovador que permite substituir a envolvente opaca dos edifícios – as fachadas em alvenaria ou em painéis pré-fabricados de betão armado –, por sistemas que utilizam placas em pedra natural pré-esforçada. Uma das vantagens é de os painéis serem de “face à vista” e com o acabamento mais natural que pode haver – a rocha ornamental –, um produto em que Portugal potenciará a posição no mercado mundial deste sector. Este inovador sistema, com funções de parede e revestimento em simultâneo, além de ser mais económico, permite uma maior facilidade de montagem e apresenta um elevado desempenho à resistência em ambientes agressivos, bastando para isso selecionar a pedra natural mais adequada.
Não menos importante é o facto de estarmos na presença de uma tecnologia sustentável, com muito reduzidos valores de emissão de CO2 comparados com os proibitivos valores das emissões originadas pelo fabrico de cimento, necessário para a produção de betão e argamassas. “Este sistema, além de introduzir uma mudança radical na aplicação da pedra natural em fachadas, assenta num sistema inovador, incorporando exclusivamente soluções não poluentes”, explica Rui Camposinhos, docente e investigador do ISEP. O sistema está a ser considerado em obras de relevância internacional e mesmo até na construção de conjuntos habitacionais correntes.
Numa altura em que Portugal quer aumentar as exportações de pedra natural, um grupo de investigadores do ISEP desenvolveu um sistema novo e inovador, incorporando tecnologias “limpas”, constituído por painéis de pedra natural para ser aplicado no setor da construção civil.
Com a designação de “Presstone”, o projeto de Investigação & Desenvolvimento, que teve por base estudar alternativas às fachas tradicionais e aos painéis pré-fabricados em betão, afirmou-se como um novo paradigma na Engenharia de fachadas.
Os resultados dos ensaios, estáticos e dinâmicos, de protótipos revelaram-se extremamente positivos. O sistema de painéis em pedra natural é mais rápido de executar, sem necessidade de utilização de andaimes nas fachadas, diminuindo, por isso, os custos inerentes à empreitada, comparativamente com as fachadas tradicionais.
Já em relação aos painéis pré-fabricados em betão, o novo sistema desenvolvido por investigadores do ISEP apresenta maior durabilidade com custos de manutenção e valores de emissão de CO2 muito reduzidos. “Conseguimos “pegar” na pedra natura e dar-lhe as caraterísticas do betão armado, nomeadamente a robustez e a solidez, acabando por obter ganhos em muitos outros pontos, com a utilização deste material”, explica Rui Camposinhos.